quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sob o olhar de um anjo...




Um gole precipitado de emoção
Tenras gotas de ardor!
Um sussurro, um gemido
Uma voz amiga...
Selando e findando.

A penumbra do futuro
Eterno brilho de alegria
Presente para os fins do dia...
Esquenta a alma e regozija!

Suave sensação
Plumas no chão!
Rostos no fim do túnel
Mãos que se elevam ao céu
Uma vida inteira pela frente
Até o último suspiro
Espírito e Alma sagrados
Até o piscar mais demorado...

Sombras, apago com borracha
Anjos, rabisco a lápis
Quando presentes em leves traços,
Perpetuam como tatuagem
Na alma
No ser e viver

Não conto os dias
Não uso relógio
Esqueço o tudo
Sou só o agora
Não quero o fim...
Nem o começo
Quero seu beijo tenro
Quente e suave
Pescoço ao enlace!

Somos todos
Somos um!
E que você saiba
Que nada é seu
Nem tudo é meu
O mundo é e está
Como nós somos e estamos
Apenas para somar
Suavizar...
E até enfeitiçar...
Consagrando enfim
Esse milagre
Vida...
Que seja assim!

domingo, 15 de agosto de 2010

O tempo me pediu tempo...


Eu poderia pedir para o tempo me enviar respostas mais rápidas
Para que, alguma atitude enfim, eu pudesse começar a tomar...
Mas o tempo me pediu tempo...
E eu fiquei aqui sem saber o que fazer com esse tempo
Vazio...
Tão cheio de nada e tão somente isso...

Pensamentos me aparecem, mas nada é tão suficientemente empolgante
Para me livrar deste tempo, que o tempo me pediu...

Com o vazio não sei o que fazer
E dentro dele sinto frio...
Solidão e saudades...
Os tons cinzas se apresentam dia e noite...
E não posso enxergar os extremos...
Ter a percepção de bom ou ruim...
Pois estou aqui perdida
No tempo que o tempo me pediu...
Num limbo...

Silhuetas me aparecem, com faces ofuscadas...
Lembranças me visitam
Mas hoje já sem intensidade...
Não tenho desejo por eles...
E logo os afasto.


O passado e o futuro
Não percorrem meus pensamentos...
O presente é só vácuo e nem em si se preenche...
As mãos que se estendem são alucinações...
E não me mato
E nem me exalto em vida!

Tenho medo, um grande medo
De que isso venha ser minha eternidade.
Em essência, transcendendo a carne...
Tenho medo e frio
E o tempo que... Poderia ser o único a me ajudar nisso
Resolveu me pedir um tempo...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Vazio...




E de tristeza preencho essa folha em branco...
E de tristeza, meus dias são acompanhados...
E parar de chorar é algo que ainda não sei se terá fim...
Dias assim, tudo fica cinza...
Sem cor, sem gosto, sem sentido...
Não existe mão nem contramão
Tudo é bagunçado e ligeiramente atormentado

De tristeza seguem meus dias
E com a água, o nó da garganta não desce...
Acordar e levantar, perdem o sentido
Significado
E tento recuperar na memória
O dia que tudo começou a perder o sentido
Mas não consigo...

Retomar de onde parei...
Mas onde parei?
Me sinto uma criança perdida no meio da cidade numa tarde agitada qualquer
Procurando a mão da mãe desesperadamente, mas não encontra, senta num cantinho e chora, pois se sente perdida, sem proteção e com medo...

Eu tinha um plano sabe?...
Pois é, apesar de tudo nunca estar exatamente bem, eu tinha um plano...
Mas agora me pego sem saber o que fazer...
Paralisando meus passos e minhas ações para a execução deste plano
Na verdade, até esquecendo qual é o plano...

E as noites são tão frias e solitárias agora...
Escuras....
Me sinto sozinha aqui.

Meus compromissos estão atrasados, não tenho comparecido neles...
E quando neles, é como se não estivesse...
Perdi algo, maior do que imaginava...
Perdi algo que eu nem sabia que tinha...
E agora chorar e entristecer é o que me resta
Porque não tenho mais o que perdi...

A vida pega e me deixa de mãos vazias...
E eu sinto medo
Vazio
Solidão...