quarta-feira, 16 de junho de 2010

"O cinza do vazio" por M. Cestari


Plena a Maré
Alma que aquieta a maré.
Se bem quer? Não o é!
Se vai contra luta.
Plena e absoluta.
Foge a conduta.
Também não o é!
Respeita a Lua, respeita o Sol.
O estado vazio inreflete o estado só.
Respeita a cheia, respeita o amor.
A vazante plena
Preenche uma qualquer dor
Logo se esquece
Logo tão logo
Se acende uma vela
Assopra, apaga
Se estende ao bem mar
E do tudo a passar
Sempre nada se compreende em quão breve estar
Se Aprende sempre
Aos olhos dágua em tal breve e pleno assim suspirar.
MC

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O cinza do vazio...


Alegria tomada
Arrastada
Vazia..
Faz Silêncio dentro de mim
Nem ecos tem aqui...

Sem som
E nem espaço para sentir...
Meu coração num vácuo infinito
Sem rumo
Sem destino

Hora, lágrimas frias escorrem
Hora, lágrimas quentes queimam a pele do rosto
Não sei dizer
Nem entender

O que passa
E o que vem
Há de quem saber?

Sonhos, reflexos indignos
De almas que agonizam
E abonam supostas realidades impostas

Não luto mais contra
Nem a favor...

Deixa ser assim
Já que assim o quer...
Deixa queimar
Arder, doer...
Deixa matar
Agonizar
Sofrer...
Deixa, deixa...

Hora frestas de luz aparecem
Hora o sol domina tudo
E a visão se perde
Hora a escuridão tem vultos
Hora a escuridão é um silêncio e um nada absoluto.

Não sonho
Não choro
Não vivo

Encaro de frente e rente
Que venha o mundo
Que venha a vida, ou morte...
Se isso é uma luta
Algo como questão de sobrevivência
Lutarei com as armas implícitas que tenho
Não estou desafiando ninguém
O tudo me desafia
E se assim o faz é porque deve ter medo
Insegurança sobre mim
Alguma ameaça devo representar enfim...

Já assim,
O perdedor nisso tudo não sou eu
Quieta aqui
Espero que o mundo venha
Venha me enfrentar,conflitar
E tentar ganhar...
O que? Não sei...
Mas se é minha vida que quer ganhar...
Tome...está aqui
Não impeço mais de levar...

Fim ou Começo
Não sei...Quem sabe o meio

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Além dos sonhos" continuação por M.Cestari


E o que ela fez com o laço vermelho que anseia esse todo anseio?
Acolheu-o em si tal qual amuleto...
Ou lhe destinou o destino certo e vazio de um qualquer objeto?
Sonhos presos de uma vida finita
Que não se limita ao simples cotidiano de um qualquer ser humano.
O gorro a prendia as idéias simples,
Metódicamente sonhadas e planejadas na vida mortal.
Sem ele ela se liberta,
Seus sonhos não estão mais presos ao mesmo e ao teto.
O intento, bem ou mau intencionado,
Agora é pleno dela, nesse seu absorto estado.
Estado que extravasa o volume métrico da chícara de tomar o chocolate cotidiano.
Sentimento que extravasa o tênue sentido que nos permite olhar.
Ela chorou sonhos.
E acordou decidida e plena dos seus ideais.
MCestari

sábado, 5 de junho de 2010

Além dos sonhos...




Além de sonhos distribuídos num buquê
Ele lhe deu uma caixa com laço vermelho
Continha figuras, imagens e fotografias de pessoas de vidas desconhecidas ...
E de carro, à noite...
Ela sentiu falta de ar...Resolveu caminhar pela rua
Para sentir o ar nos pulmões...
O movimento do corpo
E não pode parar de pensar no que ele estava fazendo na sua vida...
Nos sonhos que lhe deu e nos rostos que tanto falava...
Mesmo não conhecendo-os!


Deixou o gorro num galho d’arvore...
Alguém haveria de se aquecer com ele
E sentir um pouco dela...

Lá dentro dela...
Haviam fotografias que nunca tinha tirado...
De pessoas que nunca conheceu

Parou num café, pediu um chocolate...
Conteve-se para não pedir um colo e um cobertor também...
Era a noite fria que traziam alguns sentimentos ...

Ela sabia que precisa de um outro teto

Havia choro em sua garganta...
O chocolate quente dilatava-a
O nó desatava...
E ela chorava...