sábado, 25 de fevereiro de 2012

Atalhos...





Instigado a dizer coisas que antes não era de seu conhecimento.
Instigado pelo desconhecido que misteriosamente o seduzia...
Instigado, porque só instigado encontrava forças para percorrer algum caminho
Qualquer fosse ele...

Instigado em descobrir aquela verdade o quanto antes,
Para poder contar a si mesmo tudo que descobriu.
E desta forma quem sabe...Essa ânsia passar!
E viveria de prazeres e de paz
Não de instigações...
Que o faz rodar e rodar
Do nada para o nada
Às vezes ainda, construindo labirintos neste percorrer sem destino.

Se alguma semente germinasse e uma nova vida inicia-se
Talvez quem sabem, tudo aquilo ficasse bem...
Mas essa semente, havia sido plantada?
E se plantada, alguma vez regada?
Confuso...não sabia essas respostas.
Não sabia de fato o fundamento daquilo tudo que procurava.

A cada esquina um esquivo, um novo atalho
Onde na verdade era um pretexto para estender seu percurso
Pois assim não haveria de retornar tão rápido.
Alto sabotagem?
Sim! Mais comum do que parece e do que imaginamos...

O motivo que lhe faltava,
Era o motivo dele viver
Dele procurar...

O motivo talvez nem era tudo aquilo que achamos que o motivava
Ao menos era um pretexto para ele...
Em se perder
Em se achar
Para direita hoje
Para esquerda amanhã
O começar diário
Ou o fim antecipado

Alguma ordem a seguir?
Ou ditaduras que o deixaria de mãos atadas para viver de verdade?
E quem foi que disse que passou da hora?
Que o lugar é impróprio?
Que a saúde não agüenta?

Quem foi que disse que precisaria ser perfeito?
Ou que a escolha tem que ser tudo ou nada?
Que resposta é essa que a vida precisa?
Ela precisa? ...

Quem foi que disse que atalhos são bons?
Porque o retardo não pode ser uma opção?
Porque o não querer, não pode ser a melhor coisa a acontecer?
Pra que aceitar?
Ou pra que rejeitar?

Liberdade...
Porque a procura?
Se você já a tem?

Pronto!
Ele já encontrou sua resposta.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Fluir com as águas...




Eu sou daquelas que ouve uma única música em “mode repeat” o dia todo...
E degusto palavras de uma nova poesia por dias, repetindo a leitura...
E a cada novo degustar das palavras, um novo sentido!
E vivo aqueles momentos na reflexão do sonhar escondido nas entrelinhas de quem escreveu...
Ou que eu mesma escrevi.

Simples em dizer tudo o que se sente indescritivelmente dentro de um coração
E se faz entender num significado sobreposto...Exposto
E naquelas frases, recordações!
Memórias de uma vida

.....

Da caneta e do papel
O borrão de uma lágrima que cai repentina
E que habita entre as letras
Que a faz escorrer dançando nas curvas...pontos e reticências
E que no mero espaço de uma estrofe... O silêncio!
Que acalma
Ou que precipita

Ai vira mar raivoso
Ou rio manso
Ou a queda livre de águas de cachoeiras frias
Batidas nas pedras, enfurecidas...
Sussurra o borbulhar
E reencontra algum caminho entre desorientados obstáculos

E na mansidão de uma poça
Um dia de sol...
De intensas horas a queimar
E secar...
De encontro a folhas secas
Que seca e vira o papel

Aquele velho amarelado, comido em traças
Tatuado de borrões, gotas de vinhos, cinzas de cigarro.

Na dobradura a quase rasgar...
Perto do seu triste fim..
Da ultima leitura na margem de um rio
Que sopra um vento para seu resgatar

E cai o papel, o borrão, o vinho, o cigarro
Cai a lágrima que o leva junto ao rio...
Ao seu destino
Seu desmanchar...
Dissipar...
E vira água
E vira mar...
E vira vida

Eterniza pro mundo
A minha poesia.