quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Fluir com as águas...




Eu sou daquelas que ouve uma única música em “mode repeat” o dia todo...
E degusto palavras de uma nova poesia por dias, repetindo a leitura...
E a cada novo degustar das palavras, um novo sentido!
E vivo aqueles momentos na reflexão do sonhar escondido nas entrelinhas de quem escreveu...
Ou que eu mesma escrevi.

Simples em dizer tudo o que se sente indescritivelmente dentro de um coração
E se faz entender num significado sobreposto...Exposto
E naquelas frases, recordações!
Memórias de uma vida

.....

Da caneta e do papel
O borrão de uma lágrima que cai repentina
E que habita entre as letras
Que a faz escorrer dançando nas curvas...pontos e reticências
E que no mero espaço de uma estrofe... O silêncio!
Que acalma
Ou que precipita

Ai vira mar raivoso
Ou rio manso
Ou a queda livre de águas de cachoeiras frias
Batidas nas pedras, enfurecidas...
Sussurra o borbulhar
E reencontra algum caminho entre desorientados obstáculos

E na mansidão de uma poça
Um dia de sol...
De intensas horas a queimar
E secar...
De encontro a folhas secas
Que seca e vira o papel

Aquele velho amarelado, comido em traças
Tatuado de borrões, gotas de vinhos, cinzas de cigarro.

Na dobradura a quase rasgar...
Perto do seu triste fim..
Da ultima leitura na margem de um rio
Que sopra um vento para seu resgatar

E cai o papel, o borrão, o vinho, o cigarro
Cai a lágrima que o leva junto ao rio...
Ao seu destino
Seu desmanchar...
Dissipar...
E vira água
E vira mar...
E vira vida

Eterniza pro mundo
A minha poesia.

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